
É uma realidade que está bem presente e que está totalmente indexada e inexoravelmente associada ao País Basco, o único local na Europa onde ainda existe um grupo terrorista.
Apesar de passar bastante ao lado disto – porque sinceramente hoje em dia nem ligo muito a essa parafernália (tenho mais coisas em que pensar) – não podes ficar alheio ao que te rodeia. Outro dia estava a estacionar o carro para ir ao ginásio e não deixei de notar que estavam dois carros em 2ª fila completamente mal estacionados à minha frente e com umas pessoas dentro a olhar constantemente para um bar diante, mais ou menos em amena cavaqueira. Saem do caro e colocam-se numa postura de espera em sentinela e eis que alguns segundos depois sai, uma vereadora do Partido Socialista de Euskadi acompanhada por outra mulher, a qual também penso que seja uma política. Durante esses breves momentos um dos indivíduos controlou-me com o olhar, em estilo desconfiado, para que me confirmar já totalmente que, de facto, eram escoltas.
Cada uma das mulheres entrou no seu carro e seguiram caminho.
Sim, escoltas. Existem centenas de escoltas espalhados no País Basco que protegem políticos, empresários, ameaçados em geral que estejam em contra ou tenham pensamentos contrários à ETA, que como bem sabem tem actuado ultimamente.
Um país que se gaba de ter a língua mais antiga da Europa, uma cultura tão rica e onde a democracia brilha pela sua ténue presença. Um país onde tu não podes dizer o que pensas politicamente devido à ameaça pistoleira de uma ínfima parte da sociedade basca que apoia a barbárie e a loucura deste grupo terrorista. Uma parte da sociedade que se vitimiza e que falta da "falta de democracia" que existe aqui, quando são eles mesmos os primeiros a pisá-la e a desvirtuar em nome do projecto de estado "Euskal Herria", o seu grande sonho, custe o que custar. A cambada de batasunos mais fascistas que a própria extrema-direita espanhola e que usurpa locais públicos, queima contentores, carros, caixas multibanco, que vangloria de “soldados” aos assassinos políticos deste país e que vive, completamente, num mundo à parte.
São a vergonha, o cancro desta linda terra. Eles mesmos destroem a sua “pátria”. Tenho e dá-me pena que o País Basco esteja sistematicamente manchado sempre pelo defecar mental e acção desta gente. E que essa desinformação sobre Euskadi na qual se deriva seja a que prolifera para fora dos cantos desta terra.
Tenho a esperança que ainda possa ver esta terra realmente livre. Livre deste “lixo" e que qualquer um possa pensar, falar, agir… afinal, viver! em paz e sem que este estigma esteja constantemente presente no nosso dia-a-dia.
Deixem-me, pelo menos, sonhar…